DEI Talks | “Insert Coin” – A long-term study of education gamification pelo Prof. Daniel Gonçalves

A palestra ““Insert Coin” – A long-term study of education gamification” será apresentada dia 9 de dezembro, às 15:00, na sala I-105, moderada pelo Prof. Daniel Mendes (DEI).

Resumo:

Atualmente, a educação continua a seguir, na sua maioria, o paradigma tradicional de ensino baseado em aulas expositivas, que tem sido a abordagem principal há mais de um século. Isto vai contra a atual dinâmica de aprendizagem pessoal, num mundo em que a informação está cada vez mais ao alcance dos nossos dedos. Este desfasamento entre as expectativas dos alunos e a prática na sala de aula tem um impacto direto no seu interesse, empenho e vontade de aprender. A gamificação tem-se mostrado promissora, nos últimos anos, como uma forma de trazer uma experiência semelhante a um jogo para vários contextos, incluindo a educação. Ao utilizá-la, a aprendizagem torna-se um jogo, esperando-se um aumento da motivação e, consequentemente, dos resultados da aprendizagem. Durante um período de treze anos, gamificámos um curso de mestrado, Produção de Conteúdos Multimédia. Tentámos apelar à natureza de jogador dos alunos e proporcionar-lhes uma experiência flexível que lhes permitisse exercer a sua autonomia. Apresentaremos a forma como a experiência de jogo evoluiu ao longo desse período e as lições aprendidas com base nas expectativas e reações dos alunos neste contexto. Além disso, rapidamente se tornou claro que nem todos os alunos reagem à experiência gamificada da mesma forma. Podemos traçar o seu perfil utilizando uma taxonomia de quatro clusters, que tem demonstrado resiliência ao longo dos anos e que serve de base a uma experiência de aprendizagem adaptativa que nos permitirá, finalmente, afastarmo-nos da abordagem monolítica do mesmo ensino para todos.

Bio:

Daniel Gonçalves é Professor Catedrático no Departamento de Informática do Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa, e investigador na área de Computação Gráfica e Interação do INESC-ID, onde se especializou em Interação Humano-Computador (IHC), em particular em Gamificação Educacional e Visualização de Informação. Com uma prolífica produção académica, é autor de mais de 200 artigos científicos e de um livro de texto sobre IHC, orientou 11 alunos de doutoramento e mais de 100 de mestrado, e desempenhou um papel de destaque em vários projetos de investigação na área.

Residência artística do CAM da Gulbenkian atribuída a Alumna PDMD

Francisca Rocha Gonçalves, alumna do Programa Doutoral em Media Digitais, viu o seu projeto Underwater Ecotones no pódio dos três projetos escolhidos para as residências artísticas “Bauhaus of the Seas Sails”, uma iniciativa do CAM (Centro de Arte Moderna da Gulbenkian) em colaboração com os municípios de Lisboa e Oeiras.

A Residência “Arte & Ciência – A Call to the Sea” com o projeto Underwater Ecotones será liderado por Francisca Rocha Gonçalves (PT), em colaboração com Akira Kira, também alumna do Programa Doutoral em Media Digitais (PT), Johannes Goessling (DE) e Pedro Frade (PT), e propõe a investigação de paisagens sonoras, ruídos e vibrações subaquáticas, numa relação direta com espécies vivas, existentes na coleção do Aquário Vasco da Gama. Underwater Ecotones pretende ainda repensar o espaço museológico, imaginando as possibilidades e o impacto do que poderá vir a ser um museu-aquário no futuro.

Os três projetos colaborativos vencedores “têm em comum a capacidade de conjugar a arte com domínios tão diversos como a ciência, a gastronomia e o design, sob o mote da sustentabilidade e da relação com o ambiente marinho local – o estuário, o rio e o oceano.” Os projetos serão desenvolvidos até fim de dezembro e culminarão em instalações artísticas que se esperaram estar disponíveis para visita em fevereiro de 2025.

O trabalho de investigação de Francisca em ecologia acústica centra-se nos efeitos das vibrações subaquáticas e no movimento das partículas, explorando a forma como o ruído antropogénico afeta a vida aquática. Ao utilizar a arte sonora e as tecnologias criativas procura aumentar a consciencialização social e ambiental, traduzindo a investigação científica em expressões artísticas acessíveis. O seu trabalho oferece novas perspetivas não só para composições musicais, mas também para atuações ao vivo que promovem uma ligação mais profunda entre os seres humanos e o mundo natural.

Francisca apresentou também recentemente no Boil Festival (Serralves) a instalação ± 5.965 Fathoms, desenvolvida em colaboração com o artista digital Maotik, que imagina um ambiente especulativo inspirado nas profundezas da Fossa das Marianas (situado a leste das Filipinas é o local mais profundo do planeta com 10994 metros de profundidade). O mar profundo existe num complexo de extremos onde o som, a luz e o movimento são transformados pela pressão e pelo isolamento. O mar profundo existe num complexo de extremos onde o som, a luz e o movimento são transformados pela pressão e pelo isolamento.

Através de paisagens sonoras imersivas e elementos visuais, este trabalho AV convida o público a experimentar o mundo invisível do oceano profundo, onde a bioluminescência cintila na escuridão total e as vibrações de baixa frequência dão o tom.

Nestas profundidades, a luz mal penetra e o som transforma-se em ecos estranhos e reverberantes.

O público foi convidado a interpretar o que a vida e o som podem sentir nestes ambientes extremos sob imensa pressão, onde a linha entre a realidade e a imaginação se esbate.

O portfólio da artista pode ser visto na sua página web.

“A IA morreu. Longa vida à IA!“ por Carlos Soares

Carlos Soares, docente do DEI e investigador em Inteligência Artificial e Machine Learning, participou no passado dia 6 de novembro, numa reunião executiva da Câmara Municipal de Matosinhos, apresentando um seminário intitulado “A IA morreu. Longa vida à IA!“, que serviu de base para um discussão sobre as oportunidades e riscos desta tecnologia, no âmbito da administração pública e local, mas também na sociedade em geral.

Compreender o potencial impacto da transformação provocada pela Inteligência Artificial na criação de valor das organizações e melhorar o ‘QI digital’ dos elementos executivos envolvidos – só desta forma será possível conhecer o essencial dos novos conceitos da Inteligência Artificial antes da sua integração nos processos, permitindo um envolvimento mais eficaz dos órgãos de governança e gestão, nos temas da Transformação Digital apoiada por essa tecnologia” refere Carlos Soares.

Durante a sessão foram abordadas questões que permitiram apresentar ao Executivo da Câmara Municipal de Matosinhos o potencial mas também os desafios de aplicar IA nas organizações:

– Situação atual da IA e do hype respetivo: o progresso recente da IA colocou a área sob os holofotes da comunicação social comum, alternando entre o anúncio de uma vida melhor para todos e o fim do mundo. O objetivo é clarificar a diferença entre a histeria e a realidade sobre esse progresso;

– Como obter valor para as organizações através de LLMs: a face mais visível do progresso em IA são os Large Language Models (LLM), popularizados em sistemas com o ChatGPT. O objetivo é perceber o que são realmente, que valor pode ser obtido pela sua utilização mas também quais são as limitações e riscos respetivos;

– Como obter valor para as organizações com outros dados: os LLMs representam apenas uma parte muito limitada do potencial da IA, apesar da sua notoriedade pública. O objetivo é ilustrar o potencial da aplicação de outras técnicas de IA, muitas vezes com maior valor potencial do que as LLMs.

O docente do DEI acrescenta ainda que “a preocupação é apresentar os conceitos de uma forma acessível a pessoas que não tenham um perfil tecnológico, mas, simultaneamente, suficientemente profunda para que fiquem a saber os princípios gerais de funcionamento de sistemas como o ChatGPT.”

Ana Paiva nomeada para a direção da Informatics Europe

A docente e subdiretora do DEI, Ana Cristina Ramada Paiva, foi recentemente nomeada para o Board da Informatics Europe, para um mandato de 3 anos (2025-2027).

O comité de nomeação desta organização, cuja origem remonta a 2005, foi unânime em propor o nome da docente do DEI para um cargo na Direção do IE, reconhecendo o seu trabalho de investigação em Engenharia de Software e a sua vontade de contribuir para a comunidade.

Ana Paiva sobre o seu novo desafio diz-nos que “Pertencer à direção do IE significa poder dar voz a Portugal no contexto Europeu e contribuir para a sua missão, nomeadamente, na capacitação e união da comunidade de informática da Europa e na elaboração de políticas da informática para a educação, investigação e impacto social.”

As origens da Informatics Europe remontam à primeira Cimeira Europeia de Ciências Informáticas (ECSS), realizada na ETH Zurique em 2005 (mais tarde rebatizada de Cimeira Europeia de Líderes Informáticos em 2024), reunindo pela primeira vez diretores de departamentos de Informática e Ciências de Computação de toda a Europa. Para além das palestras, painéis e workshops, o resultado mais importante da Cimeira foi a opinião unânime de que os cientistas informáticos europeus necessitavam urgentemente de uma organização com objetivos e âmbito semelhantes aos do CRA (Computer Research Association), nos EUA, alargados – à luz da situação na Europa, de modo a abranger tanto o ensino como a investigação. Consequentemente, foi criada a “Organização Europeia Universitária e de Investigação para as Tecnologias da Informática e das Ciências da Computação (EuroTICS)”, com o objetivo de se tornar a voz reconhecida da comunidade informática europeia, incluindo universidades e centros de investigação. O nome da organização foi posteriormente alterado para “Informatics Europe”.

A organização representa a comunidade académica e de investigação em Informática (ou Ciência de Computadores) na Europa. Reunindo departamentos universitários, laboratórios de investigação e indústria, a IE tem cerca de 200 instituições membros em mais de 30 países, ligando mais de 50.000 investigadores de informática na Europa e não só. A IE é criadora de uma voz forte para promover posições concertadas, atuando sobre prioridades partilhadas na educação, investigação, transferência de conhecimentos e impacto social da Informática.

Em Portugal conta com as seguintes instituições membros: Universidade do Porto (DEI/FEUP), Universidade Nova de Lisboa (NOVA LINCS) e Instituto Politécnico de Leiria (ESTG).

+ info sobre os seus projetos e serviços.

Luís Wolffrom Barbosa da L.EIC na lista dos bolseiros Gulbenkian Novos Talentos

Já são conhecidos os 100 selecionados pelo programa Bolsas Gulbenkian Novos Talentos, um programa que tem como objetivo detetar e apoiar o talento de estudantes com um desempenho escolar excecional e estimular a iniciação à investigação nas áreas de ciência básica: biologia, física, matemática e química, bem como em qualquer área das humanidades, das artes e das ciências sociais.

Entre os 100 bolseiros selecionados destacam-se 18 estudantes da Universidade do Porto, ligados às áreas de Biologia, e Ciências Sociais, Física, Humanidades, Matemática e Química. É nesta shortlist que encontramos Luís Wolffrom Barbosa, estudante do 2º ano da L.EIC que terminou o 1º ano do curso com uma média de 19,35 valores.

Luís diz-nos que o que o levou a concorrer foi “a vontade de explorar a ligação entre a Matemática e a Informática e aproveitar para conhecer melhor alguns dos ramos por que posso optar no futuro.” Motivaram-no também as atividades e os eventos oferecidos ao longo do programa e a possibilidade de contactar com os restantes bolseiros. “É uma honra ser bolseiro Gulbenkian e espero estar à altura do desafio!” confessa-nos o estudante que ainda não sabe o caminho que seguirá depois de terminar a licenciatura mas sabe que quer continuar a aprender e a aprofundar os seus conhecimentos e, o mais importante, fazer o que gosta!

As Bolsas Gulbenkian Novos Talentos destinam-se a estudantes a frequentar o 2.º, 3.º ou 4.º anos de cursos de licenciatura ou de mestrado integrado, ou o 1.º ano de cursos de mestrado, em IES portuguesas, com uma média igual ou superior a 16,5 valores, até ao momento da candidatura.

Com um valor que pode ascender aos 3.500 euros, a bolsa inclui um apoio – no valor de 1.000 euros – que visa assegurar o prosseguimento de estudos dos bolseiros, nomeadamente para o pagamento de propinas e para estímulo à investigação.

O restante valor – 1.500  euros – destina-se a “atividades de enriquecimento de talento”, nomeadamente: cursos de formação avançada; participação em conferências e escolas de verão; estágios, cursos de línguas, aquisição de livros e material de laboratório, entre outros.

Os candidatos cujo agregado familiar apresente um rendimento per capita anual inferior a 12 mil euros terão igualmente direito a um apoio social complementar no valor de 1.000 euros.

As bolsas incluem ainda um programa imersivo de enriquecimento de talento. Os bolseiros são apoiados por tutores e por uma comissão científica, ambos professores de reconhecido mérito, que através de um diálogo permanente, acompanham os bolseiros ao longo do trabalho de investigação, desenvolvendo a excelência através do contacto com a excelência.

Mais do que uma mera bolsa, o programa Novos Talentos inclui retiros científicos, uma experiência única que combina atividades científicas, com atividades culturais e sociais, no ambiente especial da Fundação Gulbenkian.

MIUP – Maratona Inter-Universitária de Programação 2024

No passado sábado, dia 26 de outubro, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA-UA), recebeu mais uma edição da MIUP – Maratona Inter-Universitária de Programação, evento anual organizado por diferentes universidades portuguesas há mais de 2 décadas.

Durante 5 horas a prova de programação foi disputada por várias equipas com um máximo de 3 elementos cada, onde os estudantes universitários tiveram que resolver entre 9 a 11 problemas distintos recorrendo às linguagens de programação C, C++, Java e Python 3.

A Universidade do Porto participou com 3 equipas:

– “TSP – Tiny Silly Problem”, com 1 elemento do M.EIC (Marco Filipe Gonçalves Vilas Boas), 1 do M.IA (Félix Marcial Alves Martins) e 1 do M:CC, tendo ficado em 2º lugar e alcançado a medalha de prata;

– “Long long main”, com 3 elementos da L.EIC (Luis Wolffrom Barbosa, Luís Miguel Costa Gonçalves e Sofia Rebelo Sá e Sousa), tendo alcançado o 4º lugar e a medalha de bronze;

– “Debuggers da Tasca”, com 1 elemento do PDCC (ex. MEIC), 1 do M:SI, e 1 do M:CC, tendo ficado em 11º lugar.

André Restivo, docente do DEI, e Pedro Ribeiro, docente da FCUP, ambos membros da Comissão Científica da MIUP, treinaram as 3 equipas (as duas primeiras com Pedro Ribeiro como co-coach, e a terceira com André Restivo como co-coach).

Foi mais uma maratona que para além da competição ficou marcada pelo convívio e a troca de experiências entre estudantes e professores, características deste evento que já se realiza desde 2001.

Estas 3 equipas da Universidade do Porto irão representar a instituição no Southwestern Europe Regional Contest (SWERC) que se realizará este ano de 29 de novembro a 1 de dezembro no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.

Equipa “Cosmic Pathways” vencedora local do Nasa Space Apps Challenge

Nos dias 5 e 6 de outubro a equipa “Cosmic Pathways”, composta pelos estudantes da L.EIC, Filipe Gaio, Henrique Fernandes, Miguel Cabral e Rodrigo Silva, foi a grande vencedora do Nasa Space Apps Challenge – o maior hackathon do mundo, num dos seus eventos locais, este ano com o tema da influência do Sol na Terra como mote.

Nesta competição os participantes são desafiados a desenvolver colaborativamente soluções para questões atuais relacionadas com a Terra e o espaço, fazendo uso de dados abertos da NASA.

Este evento de 2 dias foi realizado tanto como competição global online como em eventos locais presenciais ao redor do mundo. Em Portugal, um dos eventos locais ocorreu em Lisboa, organizado pela Atlântica – Instituto Universitário, em parceria com Oeiras Valley, Unicorn Factory Lisboa, Active Space Technologies, CEIIA, Ordem dos Engenheiros, AMSAT-CT, tendo sido neste que a equipa da L.EIC alcançou o 1º lugar.

Encorajar novos públicos a desenvolver uma paixão pela astronomia e pelo universo foi a missão assumida pela “Cosmic Pathways” que desenvolveu o projeto “Symphony of the Stars: Harmonizing the James Webb Space Telescope in Music and Images“. A missão centrou-se em criar um website com um modelo 3D do universo, usando como referência uma representação do sistema solar. Neste modelo, poder-se-ia encontrar vários pontos destacados do resto para representar imagens capturadas pelo JWST. Durante toda a experiência o utilizador é rodeado por música original e ao clicar em cada uma destas imagens, seria reproduzida efeito sonoro/excerto musical gerado com base na imagem em si.

Embora tivessem explorado algumas técnicas de conversão de imagem em áudio, no final, decidiram criar as próprias músicas inspiradas em 3 imagens que consideram particularmente cativantes, capturadas pelo JWST.

A equipa recebeu uma bolsa de estudos para a oferta formativa da Atlântica, com 80 por cento do valor assegurado pela instituição; da Active Space Technologies, o apoio ao desenvolvimento do projeto Cosmic Pathways, mentoria no desenvolvimento de um projeto de fim de curso, estágio de verão na empresa e visita às instalações em Coimbra; e do Município de Oeiras, a participação na próxima Feira de Ciência. Os elementos do grupo vão ter ainda a oportunidade de participar no podcast Science Hub, de serem entrevistados sobre o projeto – com divulgação na página NASA Space Apps –, e de concorrer ao Global Award, contando com mentoria da NASA Space.

Aqui ficam os testemunhos dos nossos vencedores:

“São raras as oportunidades em que posso aliar duas paixões minhas, fazer música e programar, e assim que vi esta oportunidade não a quis largar! Depois de reunir uma equipa e por as nossas ideias em ação, apesar das 3 horas de sono durante esta hackathon, saímos todos de lá com o sentimento de dever cumprido e de coração cheio porque para além de termos ganho a hackathon ficámos orgulhosos do “produto final” a que chegámos. Foi sem dúvida enriquecedor participar numa hackathon que estimulou mais a parte criativa e que deixou espaço para desenharmos o nosso projeto do 0.” – Filipe Gaio

“Foi a minha primeira vez a participar num Hackathon, e foi uma experiência excelente. Apesar de ter sido um fim de semana muito intenso, com muito pouco tempo para dormir, valeu a pena, pois não só aprendemos novas tecnologias para fazer o projeto, mas também assistimos a palestras acerca de exploração espacial, técnicas de apresentação e modelos de negócio, dadas por especialistas da área.” – Henrique Fernandes

“Desde que me lembro que tenho um enorme interesse pelo universo, e com esta incrível competição tive a possibilidade de juntar duas coisas que por vezes podem parecer tão distintas. A atividade foi muito bem dinamizada, tentando sempre aproximar os participantes uns dos outros, para além de palestras formativas enriquecedoras. Em suma um projeto bem desenvolvido que permite aos participantes trabalharem e desenvolverem algo de que se orgulhem e onde se pode dar aso à criatividade” – Miguel Cabral

“Foi uma experiência incrível. Nunca tinha participado em nenhuma competição como esta e gostei muito. Foram dois dias muito divertidos mas também de muito trabalho para completar o máximo do projeto possível. No final, fiquei orgulhoso com o produto final e o desempenho da equipa e claro, muito feliz pelo esforço ter sido recompensado e termos ganho o primeiro lugar.” – Rodrigo Coelho

DEI Talks | “Design and AI Innovation” pela Prof. Jodi Forlizzi

A palestra “Design and AI Innovation” será apresentada dia 24 de outubro, às 11:00, no Auditório B do INESC TEC.

Resumo:

“As early as 2011, Marc Andreesen identified that the world was facing a broad technological and economic shift in which software companies were poised to command much of the world’s economy. Now, 13 years later, the emergence of computing, data, and AI have impacted all industries. In this talk, I will examine how AI is changing my discipline, design, but also how design is changing AI. I will reflect on these ideas along with the emergence and rapid growth of generative AI and Large Language Models. I will identify new spaces for product innovation that utilize the most fruitful elements of the practice of design and AI as a design material.”

 Bio:

Jodi Forlizzi is the Herbert A. Simon Professor of Computer Science and Human-Computer Interaction in the School of Computer Science at Carnegie Mellon University. She is also the Associate Dean of Diversity, Equity, and Inclusion in the School of Computer Science. Jodi has advocated for design research in all forms, mentoring peers, colleagues, and students in its structure and execution, and today it is an important part of the HCI community. Jodi studies the ethical impacts of human interaction with AI systems in front-line service industries including healthcare and hospitality. She also develops methods and tools to ensure that product developers can mitigate ethical harms and bias during product development. Jodi is an ACM SIGCHI Fellow and recently received its Lifetime Research Award. She recently testified to the US Senate in one an AI Innovation Briefing and is a central advisor to the AFL-CIO Tech Institute regarding technology research.

Creativity Talk | “The Role of Design in Purposeful and Pragmatic AI” pela Prof. Jodi Forlizzi

O que criamos está a mudar, por conseguinte, a forma como criamos, também. Nesta palestra, a Prof. Jodi Forlizzi irá definir o contexto histórico e atual do papel do design na criação de tecnologia pragmática e intencional.

Irá destacar também alguns dos trabalhos de investigação que demonstram o impacto do design na criação, desenvolvimento e implantação de IA e sistemas autónomos, com o objetivo de criar melhores sistemas sociais, melhores relações económicas e um mundo melhor para viver.

A 15ª Creativity Talk, “The Role of Design in Purposeful and Pragmatic AI”, será apresentada dia 23 de outubro, às 17:30, na sala B032, com a moderação de António Coelho (DEI).

A sessão será também transmitida online através do canal YouTube desta série de palestras.

Jodi Forlizzi is the Herbert A. Simon Professor of Computer Science and Human-Computer Interaction in the School of Computer Science at Carnegie Mellon University. She is also the Associate Dean of Diversity, Equity, and Inclusion in the School of Computer Science. Jodi has advocated for design research in all forms, mentoring peers, colleagues, and students in its structure and execution, and today it is an important part of the HCI community. Jodi studies the ethical impacts of human interaction with AI systems in front-line service industries including healthcare and hospitality. She also develops methods and tools to ensure that product developers can mitigate ethical harms and bias during product development. Jodi is an ACM SIGCHI Fellow and recently received its Lifetime Research Award. She recently testified to the US Senate in one an AI Innovation Briefing and is a central advisor to the AFL-CIO Tech Institute regarding technology research.

Acesso livre mas inscrição obrigatória aqui.

ADN LEIC no Nobel de Química de 2024

Hugo Penedones, o português que esteve envolvido no arranque de um projeto que acabou por ser reconhecido com um prémio Nobel, e de quem se tem falado muito, não é para nós um português desconhecido.

Hugo, natural de Chaves, vindo da escola secundária Dr. Júlio Martins, frequentou e concluiu a LEIC – Licenciatura em Engenharia Informática e Computação (celebrou este ano 30 anos desde a sua criação), num percurso de 5 anos (2000 a 2005), tendo acabado a LEIC com o reconhecimento de melhor estudante do curso desse ano de conclusão.

Esteve quatro anos na Google DeepMind (London, UK) e foi neste período que integrado na equipa inicial do projeto Alphafold contribuiu para um modelo inicial de inteligência artificial que previa a estrutura das proteínas do qual resultou o artigo “Improved protein structure prediction using potentials from deep learning”, publicado na Nature em janeiro de 2020, em co autoria com os agora galardoados com o Prémio Nobel da Química, John M. Jumper e Demis Hassabis (entre outros autores).

O modelo Alphafold foi sendo desenvolvido ao longo dos últimos anos “conseguindo prever a estrutura de praticamente todos os 200 milhões de proteínas que os investigadores identificaram. Desde a sua descoberta foi utilizado por mais de dois milhões de pessoas de 190 países. Entre uma miríade de aplicações científicas, os investigadores podem agora compreender melhor a resistência aos antibióticos e criar imagens de enzimas que podem decompor o plástico. A vida não poderia existir sem proteínas. O facto de podermos agora prever as estruturas das proteínas e conceber as nossas próprias proteínas confere o maior benefício à humanidade”, pode ler-se no press release do The Nobel Prize.

O Prémio Nobel da Química 2024 foi atribuído a 9 de Outubro a David Baker pela proeza quase impossível de construir tipos de proteínas totalmente novos e a Demis Hassabis e John Jumper conjuntamente, por desenvolverem um modelo de IA para resolver um problema com 50 anos: prever as estruturas complexas das proteínas.

Nos discursos de Demis Hassabis e John Jumper, transcritos abaixo por esta ordem, fica claro que este feito se deve a todos os membros de equipas passadas e presentes que através do seu trabalho excecional tornaram possível este resultado. O entusiamo e curiosidade de Hugo Penedones, recordado aqui na sua intervenção no Commit 2018 (evento organizado anualmente pela AlumniEI), é prova que este reconhecimento também é seu. 

“Receiving the Nobel Prize is the honour of a lifetime. Thank you to the Royal Swedish Academy of Sciences, to John Jumper and the AlphaFold team, the wider DeepMind and Google teams, and to all my colleagues past and present that made this moment possible. I’ve dedicated my career to advancing AI because of its unparalleled potential to improve the lives of billions of people. AlphaFold has already been used by more than two million researchers to advance critical work, from enzyme design to drug discovery. I hope we’ll look back on AlphaFold as the first proof point of AI’s incredible potential to accelerate scientific discovery.”

“Thank you to the Royal Swedish Academy of Sciences for this extraordinary honor. We are so honored to be recognized for delivering on the long promise of computational biology to help us understand the protein world and to inform the incredible work of experimental biologists. It is a key demonstration that AI will make science faster and ultimately help to understand disease and develop therapeutics. This is the work of an exceptional team at Google DeepMind and this award recognizes their amazing work.

Computational biology has long held tremendous promise for creating practical insights that could be put to use in real-world experiments. AlphaFold delivered on this promise. Ahead of us are a universe of new insights and scientific discoveries made possible by the use of AI as a scientific tool. Thank you to my colleagues over the years, for making possible this moment of recognition, as well as the many moments of discovery that lie ahead.”

Atualmente Hugo Penedones é o cofundador e diretor de tecnologia (CTO) da Inductiva.AI, uma startup portuguesa que disponibiliza uma interface de desenvolvimento de aplicações (API) que permite a laboratórios de investigação e empresas usarem os algoritmos de IA da startup para executar simulações. São inúmeras as utilizações da tecnologia Inductiva que vão desde desenho de medicamentos, a peças para a indústria aeroespacial e engenharia mecânica, à otimização de rotas entre muitas outras. No final do ano passado a startup que para além de Hugo Penedones conta com os outros dois co-fundadores na Direção, Luís Sarmento (Alumnus ProDEI) como Diretor Executivo e Clara Gonçalves como Diretora de Operações, conseguiu um investimento de 2,25 milhões de euros que lhes tem permitido investir em nova tecnologia e expandir a base de clientes.