Raquel Esteves, recém graduada do Mestrado em Multimédia da Universidade do Porto, levou o seu trabalho de dissertação à Noise and Vibration Conference and Exhibition by SAE International, realizada no mês passado nos Estados Unidos, e regressou com o Best Student Thesis Award, com a investigação “Sound Design for Electric Vehicles: Enhancing Safety and User Experience Through Acoustic Vehicle Alerting System (AVAS)”.
O aumento dos veículos elétricos conduziu a alterações significativas na conceção dos automóveis, particularmente em resposta à ausência dos sons tradicionais dos motores de combustão. Esta mudança exigiu inovações para aumentar a segurança dos peões e melhorar a experiência do utilizador. Este trabalho explora o estado atual da investigação e desenvolvimento na criação de som para veículos elétricos, centrando-se na implementação de Sistemas Acústicos de Alerta de Veículos (AVAS).
Através de uma revisão abrangente da literatura, o estudo examinou conceitos-chave relacionados com a sonificação, interação homem-máquina, design de som, engenharia de automação e considerações ambientais, tais como a gestão da paisagem sonora urbana, a sustentabilidade ecológica e a poluição sonora. Os sistemas AVAS existentes foram analisados para identificar abordagens comuns, avaliar a sua eficácia e explorar o potencial de melhoria. Além disso, o estudo investigou também as caraterísticas das paisagens sonoras de baixa e alta fidelidade para determinar os sons mais adequados para otimizar os AVAS, alinhando-os com a segurança dos peões e os objetivos ambientais.
A componente prática da investigação envolveu a conceção de protótipos AVAS utilizando ferramentas de software especializadas, incluindo Ableton Live e Wwise Automotive. Estes sons foram integrados em cenários de condução simulada em Unity para testar o seu desempenho e determinar as preferências dos utilizadores e o seu impacto na segurança dos peões e na experiência do utilizador.
O estudo oferece informações valiosas para a conceção dos AVAS, equilibrando a segurança, a satisfação do utilizador e o mínimo de perturbação ambiental. Os participantes preferiram sons melódicos discretos, suaves, semelhantes aos da natureza, com frequências mais baixas para paisagens sonoras de alta fidelidade e sons melódicos e de baixa frequência para paisagens sonoras de baixa fidelidade a velocidades mais elevadas. Preferiram tons melódicos, fiáveis e futuristas para sons de automóveis, evitando sons demasiado épicos que pudessem interferir com a condução. A ênfase nas frequências baixas e médias criou uma sensação de ligação à terra.
Esta investigação melhora a tecnologia dos veículos elétricos e promove uma interação mais harmoniosa entre os Veículos Elétricos e os ambientes urbanos.
“Estou grata aos organizadores, aos revisores e a todos os que apoiaram o meu percurso até agora, bem como a todos os investigadores fantásticos que tive a oportunidade de conhecer e com quem aprendi durante o evento” partilha Raquel, estendendo os agradecimentos ao Mestrado em Multimédia e aos Orientadores Gilberto Bernardes e Eduardo Magalhães, pelo seu apoio continuo.
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