Candidata:
Yulia Karimova
Data, Hora e Local
2 de junho, às 14:00, na Sala de Atos da FEUP
Presidente do Júri
Doutor António Fernando Vasconcelos Cunha Castro Coelho, Professor Associado com Agregação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Vogais
Doutora Maria Manuel Lopes de Figueiredo Costa Marques Borges, Professora Associada do Departamento Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra;
Doutor José Luis Brinquete Borbinha, Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa;
Doutora Irene Pimenta Rodrigues, Professora Associada do Departamento de Informática da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora;
Doutora Maria Cristina de Carvalho Alves Ribeiro, Professora Associada do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Orientadora);
Doutora Carla Alexandra Teixeira Lopes, Professora Auxiliar do Departamento de Engenharia Informática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Resumo
A crescente quantidade de dados de investigação e o reconhecimento do seu valor na comunidade cientifica levou ao desenvolvimento de politicas e infra-estruturas. Os investigadores são incentivados a abrir os seus dados para assegurar a verificabilidade dos resultados e a transparência da investigação. Neste contexto, a Gestão e Dados de Investigação (RDM) torna-se uma componente vital da investigação de alta qualidade e uma atividade regular para os investigadores. O Plano de Gestão de Dados (DMP), o fornecimento de metadados de qualidade e a publicação de dados são algumas das atividades requeridas para seguir as politicas de Ciência Aberta. Contudo, estas atividades são demoradas e não obvias para os investigadores, exigindo conhecimentos específicos, esforço e experiencia. Para apoiar os investigadores, as instituições estão a procura de soluções e a desenvolver ferramentas, sistemas e serviços que visam satisfazer os requisitos do RDM. A implementação de qualquer sistema, ferramenta ou serviço de informação numa instituição de investigação requer o seu desenvolvimento, teste e avaliação, bem como a adaptação aos regulamentos existentes. Neste trabalho, apresentamos o desenvolvimento de um sistema de apoio para DMP que satisfaz os requisitos do RDM e as necessidades dos investigadores. Propomos também a sua implementação na infra-estrutura institucional. Exploramos vários aspectos relacionados com o desenvolvimento do sistema, nomeadamente requisitos e legislação do RDM e DMP a nível internacional e nacional, gestão de projetos institucionais e fluxos de trabalho do RDM, iniciativas, recomendações e ferramentas existentes. Introduzimos um método de construção de DMP baseado na colaboração entre investigadores e um data steward. Descrevemos a sua aplicação a casos de estudo de diferentes domínios científicos, analisamos os resultados e propomos a avaliação sistemática. Propomos também a criação do DMP através da implementação de vocabulários controlados no sistema de apoio para DMP, para fazer planos mais padronizados, de alta qualidade e detalhados. Para tal, aplicamos o método de colaboração em projetos do mesmo domínio cientifico, identificamos e propomos termos específicos que possam ser utilizados nos vocabulários controlados e contribuir para o desenvolvimento de Domain Data Protocols. O sistema de apoio para DMP proposto considera os mecanismos existentes de automatização e interoperabilidade, nomeadamente a norma machine-actionable DMP. Analisamos a norma e as ferramentas criadas de acordo com a mesma e propomos uma estrutura de DMP que possa ajudar a tornar os DMPs acionáveis por maquina. Sugerimos a implementação do sistema de apoio para DMP no fluxo de trabalho institucional, e a interface para apoiar os investigadores na criação de DMP e nas atividades de RDM em geral. Além disso, este trabalho conclui que o sistema de apoio para DMP pode ser implementado em qualquer instituição e utilizado para projetos em diferentes domínios científicos. Os resultados constituem um guia para as instituições que ainda se encontram no inicio do desenvolvimento da infra-estrutura do RDM. O feedback dos investigadores mostra que necessitam de apoio na criação e monitorização do DMP, não só na fase de planeamento do projeto, mas também no decurso deste e por vezes mesmo depois. Eles dão-nos reforço quanto a implementação do sistema proposto, sublinhando a sua importância e necessidade. Juntamente com os investigadores, as instituições também beneficiam da implementação de tal sistema, prestando apoio aos investigadores em questões de DMP, reduzindo o tempo para criar planos, melhorando a qualidade dos DMPs e fazendo com que os projetos cumpram os requisitos do RDM e dos financiadores, contribuindo assim para o prestigio da instituição.