E-REDES Top Women Scholarship é um programa de bolsas destinado a agraciar jovens mulheres finalistas de mestrado nas áreas da Engenharia Eletrotécnica e da Informática, com o objetivo de encorajar um aumento do número de mulheres que optam pelo setor tecnológico, onde ainda persistem desequilíbrios de género.

“Estamos empenhados em promover a plena participação e a igualdade de oportunidades na nossa organização, mas também em apoiar e alargar a outras áreas tecnológicas” pode ler-se na página web da E-Redes, principal operador da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal Continental das redes de alta, média e baixa tensão.

Em cerimónia pública no dia 6 de dezembro, foram conhecidas na Central Tejo, em Lisboa, as 15 vencedoras da 1º edição do programa, onde estão incluídas as estudantes do Mestrado em Engenharia Informática e Computação, Ana Inês Oliveira de Barros e Diana Cristina Amaral de Freitas.

À conversa com a Ana Inês contou-nos que não estava à espera da notícia que tinha ganho este prémio. “Fiquei muito feliz de ver o meu empenho e trabalho a ser reconhecido e é uma honra estar entre as melhores estudantes de engenharia. Ser uma das vencedoras desta edição motiva-me a continuar a mostrar o meu valor como mulher na engenharia. Também estou entusiasmada pelo futuro, para poder conhecer melhor a E-Redes, o resto das vencedoras e por finalmente a começar a minha carreira como engenheira da FEUP. Estou pronta e motivada para desenvolver novas ideias que contribuam para a área de engenharia e gostaria de agradecer à E-Redes e à minha família, amigos e professores que me apoiaram e ajudaram ao longo deste percurso”, partilha a estudante que em breve iniciará a fase final do mestrado com uma dissertação na área da engenharia de software.

Diana Freitas, também estudante do 2º ano do M.EIC, partilha que ter sido uma das vencedoras da E-redes Top Women Scholarship é um incentivo para continuar a lutar pelos seus objetivos académicos e profissionais. “Esta pequena conquista foi fruto de um esforço contínuo e também da prestabilidade dos professores para esclarecer questões e do espírito de entreajuda entre colegas. Este prémio, em particular, reflete o potencial das mulheres no setor tecnológico, onde acredito que as nossas capacidades, opinião e método de trabalho não são ainda devidamente valorizadas. Traz ainda a possibilidade de participar num programa de mentoring, que me pode ajudar a preparar-me para a próxima etapa que aí vem”, afirma com entusiamo.

Todas as vencedoras deste prémio que tem valor pecuniário de 2 mil euros e a oportunidade de participação em programas de mentoria e estágios, podem ser conhecidas aqui.

“A toponímia não é um simples pormenor ou processo arbitrário: é feita de escolhas políticas e ideológicas que reforçam narrativas hegemónicas. É preciso refletir sobre elas.” – esta é a frase que encerra a descrição do projeto Ruas do Género, um ensaio visual sobre a representação de género na toponímia da cidade do Porto, desenvolvido por dois alumni do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação da FEUP, João Bernardo Narciso e Cláudio Lemos, e que pode, e merece, ser explorado: Ruas do Género (ruasdogenero.pt).

Este projeto mostra-nos claramente a esmagadora diferença nas representações de género nas ruas da cidade do Porto onde 44% têm nome de homens e apenas 4% de mulheres! Mas não só o número de ruas com nomes de mulheres é 11 vezes menor que com nomes de homens, como a importância e extensão dessas ruas é também reduzida. Depois de organizadas por género, os investigadores chegam à conclusão que “não só as mulheres estão sub-representadas, como as que dão nome a quase todas as ruas de maior destaque são santas. Retirando as figuras religiosas e dinásticas, sobra um minoria de ruas com nomes de mulheres de letras, artistas, professoras, uma engenheira e uma cientista.”

Com este trabalho, que nos mostra a realidade através não apenas dos números mas também da representação visual, esperam que a tomada de decisões futuras seja facilitada, permitindo uma maior representação de género e social das várias gerações como também a valorização de legados que não merecem ser esquecidos.

“Quando a representação é tão desigual e continuamos a ter ruas que homenageiam heróis do regime fascista ou heróis do colonialismo ao invés de representarem a sociedade de hoje em dia, estamos a escolher mal”, concluem João e Cláudio numa entrevista recentemente dada ao Público.

O projeto recebeu uma menção honrosa no The Pudding Cup -The best visual and data-driven stories of 2022  e promete dar mais que falar.

Foto: Adriano Miranda, Jornal Público

Foi por unanimidade que Luis Paulo Reis, Professor Associado com Agregação do DEI, foi reeleito no passado dia 3 de janeiro como Diretor do LIACC – Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores, da Universidade do Porto.

A seu lado estará Henrique Lopes Cardoso (FEUP), Mário Florido (FCUP), Brígida Mónica Faria (IPP) e José Cascalho (UAc), a nova Direção deste laboratório de investigação sediado na FEUP, resultante das eleições realizadas nos dias 19 e 20 de dezembro.

É com entusiamo e otimismo que a nova equipa encara os desafios que se preveem muitos no triénio 2023-25, numa fase em que a discussão sobre os impactos da Inteligência Artificial na economia e na sociedade corre ao ritmo da rapidez do seu desenvolvimento.

Luis Paulo Reis, que é também presidente da APPIA – Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial, não tem dúvidas que com a utilização cada vez mais generalizada da IA em vários setores da sociedade, “estamos a dar um passo tão relevante como a revolução industrial”, algo que pode ser semelhante à revolução dos transportes iniciada com a invenção da locomotiva a vapor, “não num sentido literal, mas no impacto que pode provocar na sociedade”. Em entrevista recente ao jornal i sobre a “Revolução da Inteligência Artificial”, partilha a sua visão sobre a inevitabilidade do desaparecimento de certos tipos de empregos e acredita que com a “inteligência artificial vai ser possível reduzir de forma generalizada a maioria dos custos do Estado”, prevendo “uma diminuição do número de funcionários e a redução de gastos públicos, que poderão contemplar todo o tipo de setores, desde os transportes, a saúde e a área administrativa”, que passarão a ser assegurados por um corpo estatal parcialmente automatizado. Antecipa que “atribuir os capitais excedentes para a melhoria das infraestruturas do Estado, criação de novos apoios e incentivos monetários aos cidadãos, o investimento em áreas de interesse, como a cultura, e em última instância, o possibilitar que cada cidadão possa executar tarefas do seu interesse, que exponenciem a criatividade e imaginação” vai aumentar a qualidade de vida dos cidadãos de forma generalizada.

E é com este intuito último que a I&D do LIAAC pretende continuar a investir nas áreas de Saúde e Bem-estar, nas Cidades Inteligentes e Mobilidade, na indústria/Serviços Inovadores e Sustentáveis, na Administração Pública e Governança, nas Infraestruturas e Sociedade Altamente Conectada e na área do Entretenimento/Jogos.

Fazendo agora parte do LASI – Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes, o maior Laboratório Associado de Portugal que inclui 13 instituições de I&D e mais de 500 investigadores doutorados, permitirá ao LIACC aumentar sua massa crítica, financiamento e internacionalização, e continuar a desenvolver um dos seus principais objetivos, a criação de inovação sustentável e inclusiva para a sociedade, melhorando aplicações, materiais e produtos e utilizando tecnologias avançadas de sistemas inteligentes, proporcionando elevados níveis de precisão, desempenho e adaptação ao longo do tempo.

A FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, no âmbito do seu programa de bolsas R&D@USA, edição 2022, selecionou 14 candidatos para rumarem aos Estados Unidos para estágios de investigação em diferentes instituições americanas. Entre os candidatos selecionados encontramos Henrique Diogo Cardoso da Silva, estudante do Programa Doutoral em Media Digitais que sob a orientação do Prof. António Lucas Soares (DEI) e da Prof. Donna Rhodes (MIT), se encontra a desenvolver a tese intitulada “Towards a Digital-Twin Based, Multi-sided Market of Data-enabled Product-Services Systems”.

A sua candidatura serve o seu doutoramento em curso onde se encontra a desenvolver o conceito de “digital twin” como elemento central da arquitetura de plataformas digitais aplicadas à indústria, e como este pode servir para gerir todo o ciclo de vida do produto/serviço que acontece intra-organizacionalmente e todos os dados e informação necessários para suportar um mercado inter-organizacional.

“Esta bolsa permitir-me-á continuar a cooperar com os investigadores do “Sociotechnical Systems Research Center” do MIT para aprofundar perspectiva sócio-técnica e servindo (1) como ponto de contacto entre empresas americanas que integraram tecnologias “digital twin” no ciclo de vida dos seus produto, servindo como casos de estudo; e (2), como especialistas em sistemas sócio-técnicos, colaborando na análise dos dados destes casos de estudo. Estes resultados irão servir como uma das minhas principais publicações do doutoramento, focando-se nas suas consequências mais amplas para o futuro desenvolvimento de plataformas baseadas em “digital twin” e as suas implicações para a nossa visão” diz-nos Henrique entusiasmado com a viagem a Boston agendada já para o próximo mês de janeiro.

Com o objetivo de contribuir para o reforço da comunidade académica e científica portuguesa, a FLAD concede bolsas a mestrandos, doutorandos, e investigadores com doutoramento até 3 anos, oriundos de instituições portuguesas para desenvolverem programas de estágios de investigação em instituições académicas e científicas dos EUA, de duração igual ou superior a 4 meses.

Estes estágios devem incidir sobre temas científicos ou tecnológicos inovadores, devendo ainda contribuir para a aproximação de instituições portuguesas e norte-americanas de modo a incrementar a rede de conhecimentos entre os dois países, facilitando assim o desenvolvimento de parcerias institucionais.

Integrada na Comemoração Novos Mestres 2022, ocorrida a 26 de novembro no Auditório da Faculdade de Engenharia, decorreu a entrega do Prémio Prof. Doutor Raul Vidal/Deloitte nesta que foi a sua 1ª edição.

O Júri deste Prémio atribuiu a distinção a Cláudia Raquel Botelho Sobral Mamede, recém graduada do Mestrado em Engenharia Informática e Computação, premiada com um valor pecuniário de €3000.

Este prémio destina-se a agraciar anualmente um recém-graduado de um dos seguintes cursos da FEUP: Mestrado em Engenharia Informática e Computação (M.EIC) e Mestrado em Engenharia de Software (MESW), que se tenha distinguido em atividades curriculares, pela qualidade e inovação dos trabalhos realizados no âmbito da Engenharia de Software, e pelas atividades de apoio a estudantes e de caráter social e solidário.

O Prémio foi proposto pela Deloitte, com o apoio da FEUP, por intermédio do DEI, com o objetivo de homenagear o Professor Emérito da U.Porto como reconhecimento de todo o seu trabalho ao serviço da FEUP na área da informática, que se tem traduzido na projeção da FEUP a nível nacional e internacional e na preparação de elevada qualidade dos seus estudantes para o mercado de trabalho, fazendo com que a FEUP seja inquestionavelmente uma das principais escolas com um ensino de excelência a nível tecnológico.

“É com orgulho que a Deloitte apoia o meio académico com a atribuição deste Prémio de mérito, pelas mãos do nosso sócio Nuno Carvalho. Este reconhecimento reflete a projeção da faculdade a nível nacional e internacional e a qualidade dos estudantes para o mercado de trabalho” pode ler-se numa publicação recente nas redes sociais da empresa.

“Perpetuar este reconhecimento através da atribuição de um prémio a um(a) estudante do Departamento de Engenharia Informática (DEI), será uma forma de continuar a transmitir valores tão dignificantes e diferenciadores que tão bem caracterizam os valores preconizados pelo DEI e para os quais o Prof. Doutor Raul Vidal tanto tem ativamente contribuído” refere o regulamento deste prémio que pode ser lido na integra aqui:

REGULAMENTO PRÉMIO PROF. DOUTOR RAUL VIDAL/DELOITTE

A edição de dezembro de 2022 da principal revista da ACM, “Communications of the ACM”, destaca o artigo “How do Java mutation tools differ?”, publicado por uma equipa de investigadores de Portugal, Itália e dos EUA., constituída por Domenico Amalfitano, Ana C. R. Paiva, Alexis Inquel, Luís Pinto, Anna Rita Fasolino e René Just.

O artigo caracteriza estudos empíricos que analisam e comparam ferramentas de mutação em Java com base numa revisão rápida de literatura científica. Propõe um framework para comparar ferramentas de mutação, considerando cinco dimensões: Tool version; deployment; mutation process; user-centric features; e mutation operators.

Aplica o framework a oito ferramentas de teste de mutação em Java para destacar as suas semelhanças e diferenças.

O artigo completo e o vídeo que o acompanha podem ser vistos aqui;  um trabalho considerado por Ana Paiva, coautora do artigo e Professora Associada do DEI, como “desafiante, intenso e muito interessante”.

“Communications of the ACM” é a principal publicação impressa e online para as áreas da informática e das tecnologias da informação. Lida pelos principais profissionais da informática a nível mundial, é reconhecida como a fonte de informação mais fiável e conhecedora da indústria para os profissionais da informática de hoje.

Seguindo as tradições da revista impressa, que todos os meses traz aos seus leitores, mais de 100.000 membros da ACM, uma cobertura aprofundada de áreas emergentes da informática, novas tendências em tecnologia da informação, e aplicações práticas, o website Communications traz diariamente notícias e materiais informativos e atuais aos profissionais da informática. Os membros da ACM incluem os líderes e decisores mais respeitados desta indústria e há mais de 50 anos que utilizam as Comunicações mensais da revista ACM como plataforma para apresentar e debater várias implicações tecnológicas, políticas públicas, desafios de engenharia, e tendências de mercado.

Foi no passado dia 10 de novembro, em Lisboa, que a equipa pwngwings, formada pelos estudantes do 1º ano do M.EIC, Eunice Amorim, Lucas Calvet Santos, José Pedro Ferreira e Sara Marinha, alcançou o 2º lugar na competição de CTF na Bsides Lisbon 22. Quando souberam deste concurso e da conferência pelo Professor João Pedro Dias, a lecionar Desenvolvimento de Software de Larga Escala neste mestrado, os estudantes ficaram curiosos e entusiasmados e avançaram com a inscrição no concurso de CTFs que teve duas partes: as eliminatórias feitas online e o evento CTF no primeiro dia da conferência, em Lisboa. E foi neste dia, contra as restantes 9 equipas qualificadas, que os pwngwings conseguiram o excelente resultado.

Lucas Santos conta-nos que “a participação nesta conferência foi uma experiência muito enriquecedora. A cibersegurança é uma área que sempre me despertou um interesse especial, e tivemos a oportunidade única de interagir e trocar ideias com diversos profissionais da mesma, num ambiente mais informal, assim como assistir a palestras extremamente interessantes, que tocaram em assuntos novos, não abordados no nosso percurso académico. Além disso, foi gratificante termos atingido o 2º lugar na competição de CTFs, que decorreu durante o evento e se mostrou bastante desafiante.”

Eunice, outra das integrantes desta equipa considera mesmo que a oportunidade foi “um verdadeiro sonho”. “Ao observar que a concorrência era na sua maioria profissionais da área, tornou-se ainda mais gratificante termos conseguido. Estamos muito contentes e queremos continuar a trazer estas alegrias à nossa faculdade! Agradecemos a todos os professores que nos apoiaram para que tudo isto fosse possível!” diz-nos a estudante que se vê a trabalhar no futuro na área da cibersegurança ou dos microprocessadores/iot.

O BSidesLisbon apresenta-se como a conferência de referência na área de segurança informática em Portugal. “A participação neste evento é uma mais-valia para todos os trabalhadores e estudantes de áreas tecnológicas, sendo que dá uma visão prática – e técnica – do tipo de riscos que hoje em dia enfrentamos, assim como os mecanismos de defesa e proteção existentes” comenta João Pedro Dias à participação dos estudantes na competição. “A competição de CTF (Capture the Flag) do evento apela não só ao lado técnico, mas também criativo, dos participantes em como ultrapassar proteções de segurança e encontrar falhas em sistemas, e como tal dou os meus parabéns a equipa pwngwings pelo excelente desempenho na mesma!”

+ info sobre Capture The Flag e bSidesLisbon