Candidata:
Francisca Santos Silva Rocha Gonçalves
Data, Hora e Local
22 de setembro, às 10h00, na Sala de Atos da FEUP
Presidente do Júri
Doutor António Fernando Vasconcelos Cunha Castro Coelho, Professor Associado com Agregação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Vogais
Doutor Angus Carlyle, Professor da University of Arts London, UK;
Doutora Isabel Maria Antunes Pires, Professora Auxiliar Convidada da Universidade Nova de Lisboa;
Doutora Raquel Maria Lemos e Castro, Investigadora da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias;
Doutor Rui Luís Nogueira Penha, Professor Adjunto do Instituto Politécnico do Porto (Orientador);
Doutor Gilberto Bernardes de Almeida, Professor Auxiliar da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Resumo
O objectivo desta tese é conectar pessoas e ambientes subaquáticos, criando uma consciência para o problema da poluição sonora antropogénica através da criação artística. Esta dissertação aborda a falta de informação sobre o diálogo sonoro subaquático, especialmente sobre o aspecto vibracional do som subaquático. Ao perguntar de que forma é possível transmitir a experiência das paisagens sonoras subaquáticas e a sua perturbação humana, propõe duas direcções principais que se informam e complementam mutuamente. Primeiro, foram realizadas várias gravações de paisagens sonoras subaquáticas. As gravações proporcionam uma compreensão da ambiência dos lugares e permitem uma sintonia com o mundo natural. Segundo, seis obras artísticas de investigação baseada na prática focadas em som antropogénico foram desenvolvidas a partir das gravações das paisagens sonoras, usando métodos de ecologia acústica e ecoacoustics. O objectivo é reforçar a inclusão com a natureza, ao mesmo tempo que promovem consciência para o problema da poluição sonora. As estratégias e conceitos revistos incluem place attachment, emotional affinity, nature-connectedness e a ecologia de æffect. As obras artísticas proporcionam cenários que promovem a conexão entre público e o ambiente subaquático, através da escuta das suas paisagens sonoras, revelando ao mesmo tempo um aspecto particular do som subaquático. Nesse sentido, exploram estratégias criativas para desenvolver experiências sonoras com a introdução, experiência e performance de sons subaquáticos na criação artística. Adicionalmente, introduzem e abordam um fenómeno natural relacionado com o som subaquático (Luciferina – bioluminescência; SINØ III – cimática; #switchoffandlisten – campanha de sensibilização sonora; DIS_turbation – bioturbação; Munda – cavitação; 2182kHz – mascaramento de sinal). O conhecimento adquirido através das experiências artísticas revelou-se essencial para continuar a produzir contribuições inovadoras, criar conhecimento acerca da ecologia subaquática, e alertar as comunidades para o problema. A relevância deste estudo é informar a compreensão teórica do impacto da poluição sonora na fauna aquática e na acústica subaquática, focando no aspecto vibracional do som subaquático: particle motion ou movimento de partículas. Além disso, informa a compreensão empírica da investigação baseada na prática sobre o desenvolvimento das obras artísticas propostas. A novidade reside em abordar os fenómenos biológicos como um recurso criativo para intervir no diálogo do ruído subaquático, revelar qualidades menos visíveis da ecologia das vibroscapes (como o movimento das partículas), traduzindo-as de uma forma mais compreensiva através das obras artísticas. Como as paisagens sonoras subaquáticas são cada vez mais um tema de preocupação global, tornam-se cruciais para fomentar uma afinidade emocional entre as pessoas e os ambientes naturais, promovendo a inclusão com a natureza.
Palavras-Chave: arte sonora ecológica, ecologia acústica, paisagens sonoras subaquáticas, ruído antropogénico, ecologia das vibroscapes, nature-connectedness, ecologia de æffect.