No próximo dia 21 de março, pelas 18:30, na Biblioteca da FEUP (Piso 0), o estudante do 3º ano da Licenciatura de Engenharia Informática e Computação, Pedro Fardilha Barbeira, lançará “Verbal Alquimia”, um livro de poesia onde “somos desafiados a comungar dos sentimentos mais profundos inerentes ao Homem, não porque nos comove, mas porque nos oferece a liberdade de pensar, de sentir e, – para os mais ousados -, de viver.”
À conversa com o Pedro Barbeira confessou-nos que “a Engenharia Informática surgiu um pouco caída do céu”. A dedicação da altura (estávamos em 2013), aos computadores e aos jogos, a as “cismas” na robótica – sonhava fazer próteses médicas, fê-lo optar pela Informática. Mas os primeiros anos de faculdade, onde teve que dividir forças entre desafios pessoais complexos e todo um mundo novo bem diferente da secundária, revelaram-se naquele período um verdadeiro Cabo das Tormentas.
Um dia decidiu, como nos conta, “retornar ao curso e realmente enfrentar este Adamastor, que teimava em projetar a sua Sombra no meu caminho”. No trajeto descobriu uma paixão pela programação: “Nela encontrei o concílio perfeito entre o Método e a Criatividade, essas duas facetas da Ordem e do Caos, tão próximas e necessárias”. O interesse foi-se aprofundando não só pelas “disciplinas mais “esótericas” – Sistemas Operativos, Redes de Computadores, Compiladores – como também pelas mais pragmáticas – Desenvolvimento Web, UI/UX, entre tantas outras”.
Quando lhe perguntamos qual a ligação entre a escrita e a informática, Pedro diz-nos que a conexão entre ambas surge naquilo que idealiza ser a sua vida de sonho: “A escrita é uma ferramenta imprescindível no que toca à partilha de conhecimento – creio ser mais verdadeiro, antigo e profundo património da Humanidade. Dado o estado atual do Mundo, acredito que a evolução surgirá precisamente devido à partilha de experiências e vivências – tão necessária à empatia e cooperação – assim como uma reavaliação do valor da experiência subjetiva – tão esquecida pela nossa sociedade profundamente objetiva. Como tal, sinto que a programação me permitirá desenvolver e explorar as minhas próprias ideias, ao nível de aplicações focadas no utilizador comum, como potenciar a expansão e evolução de negócios e projetos em que realmente acredito. A capacidade literária contribui, em muito, para a clareza e especificidade da expressão oral, assim como para a capacidade de tecer analogias, esse ancestral veículo de transmissão de sabedoria, capacidades centrais à gestão de pessoas e equipas, à interação com clientes e entidades patronais, assim como à análise e observação dos problemas sociais que podemos procurar mitigar ou corrigir através dos nossos programas”.
Falando no futuro diz-nos que quer apostar no freelancing quando se sentir preparado e sonha “estar à cabeça” do seu próprio negócio. “As letras proporcionam-me a capacidade de análise, síntese e compreensão que sinto necessitar para ter impacto ao nível que considero relevante, e a Engenharia proporciona-me as ferramentas técnicas e competências necessárias para atingir esses objetivos. Um lembrete vincado de que o Conhecimento é plural e transversal, e que por vezes as soluções mais evolutivas se encontras nos lugares menos esperados”, partilha connosco o estudante que em breve nos dará a conhecer “as suas visões pelos retorcidos meandros dos poéticos versos que por si se fazem desaguar”.
A entrada é livre, estão todos convidados.